MODA: Do papel ao corpo, produção de roupas cresce em Goiás

 


Estilista tem se mostrado fundamental em todas as etapas da confecção

 

Papel, lápis e muita criatividade. Em poucos minutos surge o primeiro croqui de moda, elemento fundamental para o desenvolvimento de uma peça de roupa. Daí em diante, o estilista precisa se atentar aos traços do corpo e de qual parte do vestuário vai aplicar suas técnicas e alcançar o melhor resultado.

Liseu Vieira atua no ramo desde os 16 anos, quando fez o primeiro desfile para o evento de Miss Mirim Estadual. Disse que sempre gostou de desenhar roupas e quando percebeu, já estava imerso no mundo da moda. Tanto que busca qualificação por meio de cursos técnicos e também de nível superior, o qual está em andamento.

Seu trabalho é pautado na precisão, por isso, todo cuidado é pouco. Ele mesmo faz as sugestões de cores que mais combinam com o modelo. Tão logo aprovado, começa a parte prática. “Eu tiro as medidas da cliente, depois faço a modelagem, que é transpor as medidas do corpo para o papel e o tecido em seguida, fazendo o que chamamos de peça piloto”, salientou.

Em Goiás, a indústria da moda tem ganhado cada vez mais destaque. A prova maior é o desenvolvimento de pólos confeccionistas, que estão espalhados por diversas cidades do estado, como Itaguari (moda íntima), Taquaral (moda íntima), Pontalina (moda íntima), Jaraguá (calças jeans), Goiânia (moda feminina e masculino), entre tantas outras, que ajudam a abastecer centros atacadistas e varejistas como as regiões da 44 e também a Avenida Bernardo Sayão, ambas em Goiânia, que em 2022 movimentaram mais de R$7 bilhões em vendas.

Fatores que levaram o Governo de Goiás a criar o cinturão da moda, que envolve produções de 30 cidades goianas, e que juntas devem criar cerca de 100 mil postos de trabalho nos próximos anos e gerar receitas para o estado.

Mas quem quer destaque e exclusividade, tem que investir no trabalho diga-se artesanal. Uma vez que o estilista terá dedicação total à peça, que ainda pode ser aproveitada no futuro, para o desenvolvimento de produção em larga escala.

Entre o desenho, aprovação, seleção de cores, tecidos mais adequados, recortes, costura e acabamento, uma peça pequena e única leva em média um dia para ficar pronta, caso seja um vestido para festa, o prazo pode ser um pouco maior e chegar à uma semana, a depender do acabamento.

Liseu lembra que o trabalho é diferenciado, por isso possui mais valor agregado. “Tudo tem que ser preciso, caso contrário, um centímetro a mais pode deixar a roupa larga, e se for menor, vai ficar apertada e a cliente irá reclamar ou dispensar, é isso tudo que eu não quero”, conclui.

 

Liseu Vieira é estilista, designer de moda e figurinista, atuante desde 2016. Já fez trabalhos para famosos como Joelma Calypso, Naiara Azevedo e Felipe Araújo.



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